A casa tá arrumada, não repara não tá?
Hoje foi dia de faxina.
terça-feira, 29 de julho de 2008
XLI
"Faremos deste modo
Para que as mãos não cometam
Os atos derradeiros:
Envolveremos as facas e os espelhos
Nas lãs dobradas, grossas.
E de alongadas nódoas, o ressentimento.
Pintadas as caras num matiz de gesso
Recobriremos corpo, carne
Na tentativa cálida, multiforme
Na rubra pastosidade
De um toque sem sofrimento
E afinal
Cara a cara (espelho e faca)
De nossas duplas fomes
Não diremos."
(Hilda Hilst. XLI. Do amor).
Para que as mãos não cometam
Os atos derradeiros:
Envolveremos as facas e os espelhos
Nas lãs dobradas, grossas.
E de alongadas nódoas, o ressentimento.
Pintadas as caras num matiz de gesso
Recobriremos corpo, carne
Na tentativa cálida, multiforme
Na rubra pastosidade
De um toque sem sofrimento
E afinal
Cara a cara (espelho e faca)
De nossas duplas fomes
Não diremos."
(Hilda Hilst. XLI. Do amor).
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
História da Minha Vida (1)

"Busquei outrora a luz nos domínios da psicologia. Era absurdo. Quando compreendi que essa luz estava dentro de princípios e que esses princípios estavam em mim, sem de mim ter nascido, pude, sem grande esforço e sem mérito, alcançar uma perfeita paz de espírito. A do coração não a consegui, nem a conseguirei jamais. Para os que nasceram compassivos haverá sempre, sobre a terra, algo a amar e, conseqüentemente, a deplorar, a sofrer e a tolerar. Não devemos, pois, em qualquer idade que seja, buscar a ausência da dor, da fadiga e do medo, pois isso importaria em insensibilidade, em fraqueza, em morte antecipada. Quando aceitamos um mal incurável suportamo-lo melhor". (George Sand, História da Minha Vida, 1856, vol. 1, p.12)
Diz Tal:
"Talvez alguém saiba mais do que eu, mas sabe o que é, hoje em dia eu não tenho certeza de que algúem realmente saiba alguma coisa sobre outra pessoa. Em geral. No mundo inteiro. Como se pode saber? Cada um vive na sua própria ilha. (...). Ninguém sabe nada sobre ninguém. Principalmente quando tem a ver com amor." (Amós Oz, Não Diga Noite, p.154)
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Era isso o que temia
Era isso o que temia
Ter de ser poeta
Ter de fazer poesia
Era isso o que temia
Expor a dor que me habita
Sem retorno, sem garantia
Era isso o que mais temia
Enveredar por um caminho
E aportar numa ilha sombria
Me perder pela estrada
Mergulhar num vão sem água
Entregar sem pedir nada
O que é meu em demasia
Ter de ser poeta
Ter de fazer poesia
Era isso o que temia
Expor a dor que me habita
Sem retorno, sem garantia
Era isso o que mais temia
Enveredar por um caminho
E aportar numa ilha sombria
Me perder pela estrada
Mergulhar num vão sem água
Entregar sem pedir nada
O que é meu em demasia
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