(...)não era pessoa que se perdoasse facilmente.
Sim, tudo isso viria. Mas tinha que arriscar tudo. Pois o tempo era curto, aquela moça teimosa tinha que saber se o amor salvava, como se depois tivesse que contar a alguém. Martim - como Vitória dissera num momento de raiva - parecia não ter nada a perder. Mas - adivinhou Ermelinda de súbito aprendendo de si mesma - não existia essa coisa de não ter nada a perder. O que existia era alguém que arrisca tudo; pois embaixo do nada e do nada e do nada, estamos nós que, por algum motivo, não podemos perder. Isso ela soube ali mesmo, de pé. De que modo aquele homem viera trazer a ela própria o problema de jogar alto e de arriscar o que somos - isso Ermelinda estava fadada a jamais saber. Talvez a mera visão dele, pois olhos vêem muito mais do que nós. O que Ermelinda apenas sabia é que tinha, como última jogada, que se arriscar." (p.154)
sábado, 18 de abril de 2009
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