"Os passarinhos saíram da folhagem e cada um se arriscou um pouco mais. Aos poucos o ar se adensou, os sentimentos começaram enfim a mostrar sua natureza pouco divina, um desejo profundamente confuso de ser amado misturou-se ao cheiro humano da noite, e um vago suor começou a porejar, espalhando seu cheiro bom e ruim de terra e de vacas e de rato e de axilas e de escuridão - esse furtivo modo como aos poucos tomamos conta da terra: tínhamos enfim criado um mundo e tínhamos lhe dado a nossa vontade.
(...)
Cada vez, pois, que o dia se tornava noite, renovava-se o domínio do homem, e um passo era dado para a frente, às cegas, finalmente às cegas como é o avanço de uma pessoa no querer". (p.128)
sábado, 18 de abril de 2009
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Um comentário:
A heart that's full up like a landfill não tem cheiro de nada, nem sente nada. Sou atleticano, minha querida, tenho pavor de urubus.
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